Ligar
a Zona Franca de Manaus ao maior centro consumidor do país faz parte dos planos
de atuação da Brado na ferrovia Norte-Sul. Levar produtos de consumo e insumos
para a produção industrial, não produzidos no norte, completam o desenho
da operação, prevista para iniciar nos três primeiros meses do ano que vem. A
operação logística será possível com a habilitação como OFI – Operador
Intermodal Ferroviário – requerida pela Brado junto à ANTT, que deve ser
recebida nos próximos dias, permitindo que a Brado opere em malhas ferroviárias
que não estão sob sua concessão.
“Há
muito potencial na Norte-Sul e ficamos gratos em conseguir realizar este projeto.
Queremos ser o primeiro operador intermodal ferroviário a atuar no modelo de
concessão horizontal no Brasil”, afirma Alan Fuchs, presidente da Brado. “Não é
fácil ser pioneiro, mas estamos – junto com as próprias concessionárias –
criando um modelo que seja capaz de funcionar operacionalmente para o
transporte de carga geral”, enfatiza.
Neste
modelo proposto pelo Governo, a ferrovia Norte-Sul deixa de ser explorada na forma tradicional e inicia no modelo open access, quando - mediante regulamentação - todos os operadores
podem circular pelas linhas dos demais operadores. Nesta operação a Brado vai
transportar contêineres por 1600km na malha ferroviária, que liga Imperatriz/MA
até Anápolis/GO, com parte sob concessão da VLI e outro trecho pela Valec. Uma
nova extensão ainda será construída pela Valec, até 2016, e somará
aproximadamente 700km ao corredor, chegando até Estrela do Oeste/SP.
Já
experiente no transporte intermodal, a Brado fará a operação de Manaus até São
Paulo usando três modais: o fluvial, com barcaças da Zona Franca até Belém/PA;
o rodoviário, de Belém ao terminal intermodal rodoferroviário da Brado em
Imperatriz/MA; e o ferroviário, até o porto seco de Anápolis/GO. Depois, as
cargas seguem de caminhão, novamente, até a distribuição em São Paulo.
Para a operação na ferrovia Norte-Sul, a Brado fará um
investimento da
ordem de R$ 150 milhões, distribuídos na construção de um novo terminal em
Imperatriz/MA e na aquisição de vagões, contêineres e carretas. O diferencial
destes ativos é que pela primeira vez a operadora vai utilizar vagões Double
Stack e Contêineres de 50’.
É um formato diferenciado do transporte
internacional, que permite alocar mais carga, equivalente a uma carreta, ou 28
paletes, e será usado no transporte de cargas no mercado interno. “Queremos
operar com alto nível de serviço, muita eficiência e racionalidade
operacional”, sinaliza Alan.
Para
a fase inicial, em 2016, o plano é movimentar 14 mil contêineres na Norte-Sul,
com duas frequências por semana - dois pares semanais de trens - de Imperatriz
a Anápolis e o mesmo outro sentido. A previsão para 2018 é conquistar
aproximadamente 25% do mercado de transporte de cargas, com 37 mil
contêineres/ano neste trecho.
Hoje, o transporte de mercadorias entre o norte do
país e a principal região consumidora, São Paulo, é intenso e tem como opções:
a cabotagem, atrativa pelo baixo custo, porém inviável para algumas cargas por
levar de 30 a 35 dias em trânsito; e o transporte rodoviário, que resume o
trajeto em 13 a 15 dias, mas tem alto custo logístico.
A ferrovia apresenta uma
alternativa intermediária, com redução de custo frente ao rodoviário e
transit-time de 18 a 20 dias. “Nosso projeto na Norte-Sul visa melhorar o acesso e
desenvolvimento de regiões muito carentes de logística, tanto para o comércio,
como para a produção industrial”, conclui o presidente.
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